Herdeiros do nada!

Depois de refletir sobre as mais variadas críticas feitas a oposição, que não consegue estabelecer um pacto de unidade para o lançamento de candidato único a prefeitura da capital, concluí:

Não creio que o problema seja apenas a “vaidade” de alguns pretensos candidatos. Não! O rescaldo do MDA, ou seja os cacos dessa aliança ainda estão espalhados por todo o estado. O MDA - fui agente político - ganhou por um instinto natural de sobrevivência política e financeira de alguns grupos. Naufragou pela incompetência político-administrativa e corrupção deslavada, principalmente na segunda fase, pós-eleição de 2002, em que passou por uma rearticulação política da prefeitura. Porém, para alguns bem intencionados, o MDA representava um foco de resistência democrática a arrogância petista da primeira hora.

O sonho começou a virar pesadelo depois da eleição. Muitos que estavam na linha de frente da batalha foram relegados a 5º plano. Já outros, que acabavam de chegar, foram guindados ao poder com privilégios sem esforço algum. As primeiras feridas foram abertas. Ao invés de remédio passaram veneno.

O que se viu nas eleições passadas no campo da oposição, a carnificina, foi apenas o resultado de um processo de alianças monstruosamente deformado. Sobraram rasteiras e a compra de votos também se deu no âmbito oposicionista influenciando seriamente no resultado das urnas. Márcio Bittar apenas cumpriu o papel que o destino havia reservado: jogar a pá de cal no que sobrara do MDA e deixar os herdeiros se odiando por um espólio político que não lhes pertence. A oposição não tem dono. Juntá-la em uma única Frente exige muito mais do que o que oferecendo.