sábado, 29 de setembro de 2007

Na fronteira

Estou em Brasiléia. Aliás, não consigo separar Brasiléia, Epitaciolândia, Cobija e Porvenir. Pra mim, apesar de todas as barreiras impostas pelo mundo jurídico, econômico e cultural tudo é a mesma coisa. No passado as famílias dessas três cidades criaram laços afetivos que ninguém consegue quebrar. É muito forte. Por isso não aceito quando um boliviano é destratado no Brasil muito menos quando um brasileiro é humilhado na Bolívia. Geralmenrte quem vem de fora - em ambos os casos - é que costuma aprontar porque desconhece os costumes e as raízes dos mais antigos.

Conheço esta região por terra, água e ar. Para mim é, e sempre será, uma das regiões mais lindas do mundo. Meu pai já navegava no Thauamanu, Manuripe, Horton e Madre de Diós e o rio Acre desde a sua cabeceira. Fui criado em meio a castanha, borracha, couros de onças, de porquinhos e veados. Comi muitos ovos de tracajá orinundos das cabeceiras do Thauamanu. Tomei banho nas águas gélidas do igarapé Cocama, o conselheiro do TCE, Ronald Polanco, que o diga. Seu umbigo está enterrado lá.

Como homem de fronteira aprendi a amar o meu país. A valorizar cada palmo de chão conquistado com sangue pelas gerações passadas. Mas também, aprendi a respeitar as diferenças. A amar e a valorizar outras culturas que expressam na excência a história de um povo. A construção de uma civilização.

Viva a fronteira! Viva o Acre! Viva o Brasil! A América Latina e unidade dos povos em todo o mundo!

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