Passei alguns dias em João Pessoa e agora estou em Natal. Falei do meu avô paraibano, o Bianor Benício da Silva, pai de minha mãe. Era casado com a Maria Araújo Silva, a dona Mariquinha, bastante conhecida pela garra e determinação. Ela era filha de pai e mãe cearenses (Limoeiro do Norte), veio nascer em Lábria, às margens do rio Purus, estado do Amazonas, em 1910, morreu ao 94 anos. Produziram filhos e filhas e morreram fartos de dias, como já contei.
A minha avó, mãe de meu pai, Maria da Anunciação de Paula Moreira, era de Natal, Rio Grande do Norte. Não sei bem de sua história, de seu passado, mas ela casou com meu avô, Francisco José Moreira, natural de Imperatriz, estado do Maranhão. Os dois fincaram raízes em Brasiléia e foram comerciantes bem sucedidos. Tiveram participação ativa na política. Além de meu pai, mais dois de seus irmãos foram prefeitos de Brasiléia. Dessa minha avó só sei que tinha sangue índio. Seus traços nunca negaram. Parecia uma dessas indígenas de filmes americanos. Aquele olhar altivo, sereno. Falava devagar como se tivesse o controle de todas as coisas. Seu sorriso e sua gargalhada eram marcantes. Meu pai e minha irmã Damares herdaram dela a gargalhada. É linda.
Os pais de meu pai construíram a vida na cidade. Os de minha mãe, no seringal. Esse gosto que tenho pelo mato, pelos rios e igarapés, a vida simples, singela. Aquele cheiro inesquecível de um engenho de cana, de uma casa de farinha, de um milho ralado prá canjica, um pão de milho, uma macaxeira cozida de manhã, tapioca e um bom banho de cuia, herdei de minha mãezinha. Eu e meus irmãos somos resultados dessas história de amor de quatro estados do Nordeste: Paraíba, Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte. Uma verdadeira salada nordestina!
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