terça-feira, 21 de março de 2017

Uma pizza tamanho família!

Quase sempre, no Brasil, as CPI’s, instrumento constitucional do Legislativo para apurar corrupção e outra mazelas do sistema, são corruptas desde a sua origem. A Lava Jato provou o que já se sabia: que as CPI’s do Congresso Nacional (Câmara e Senado) foram utilizadas para tomar dinheiro, favorecer grupos econômicos, chantagear o governo, mas no final do processo ninguém é punido. (ou pelo menos não era).

O bordão de que “toda CPI acaba em pizza” surgiu no futebol e não na política. Tudo começou na sede do Palmeiras com uma disputa interna entre os brasilianos. O jornalista Milton Peruzzi, que cobria a confusão estampou a manchete da Gazeta Esportiva do dia seguinte: “Crise no Palmeiras termina em pizza”. Os italianos briguentos foram para uma pizzaria fazer as pazes.

Que CPI acaba em pizza veio para a política durante o processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Melo que, por ironia do destino, não acabou em pizza. Segundo registros da Câmara dos Deputados, a secretária de Alcides Diniz, Sandra Fernandes de Oliveira desmontou a farsa da Operação Uruguai tramada por Collor e sua gangue. Sandra disse que forjou os documentos, mas quando soube o objetivo queria depor de qualquer maneira:

­ _ Sei que estou me arriscando muito, mas sei também que tudo vai terminar em pizza. ­

_ Como assim vai acabar em pizza?

_ É porque acaba todo mundo numa boa, tomando chope, comendo pizza e não sei mais o quê, fica tudo bem, respondeu Sandra ao deputado fluminense Miro Teixeira (PDT).
Pois bem, diante do protocolo inicial vamos ao que interessa. A Câmara de Rio Branco criou uma CPI para investigar a relação prefeitura e empresas de transporte coletivos. De um lado vereadores de oposição e do doutro perfilados vereadores da base e sindicalistas.

_ Uai! Exclamaria um amigo mineiro de Ponte Nova, Oeste de Minas. Que trem doido é esse, sô?! E não era para os sindicalistas estarem do outro lado?

_ Era, mas não era.

Para o prefeito, sua base e os sindicalistas não há motivo para a CPI porque a transparência na relação é total e não há, se quer, denúncia de irregularidades. Eles acreditam, por exemplo, que a CPI é palanque político e os vereadores da oposição querem projetar suas candidaturas a deputado estadual para 2018. O tema é de fácil apelo popular, principalmente em função do reajuste para R$ 3,80.

Os vereadores da oposição garantem que não. Que o objetivo é investigar a fundo a questão em busca da verdade. Se não há o que esconder os demais vereadores e sindicalistas deveriam apoiar. O Temor de uma retaliação das empresas é falácia, argumenta os opositores.

Nesse jogo do disse-me-disse fico com a opinião da Sandra Fernandes. Pode acabar na Água na Boca. Sei que vai render questionamentos, muitas reportagens, muito blá, blá, blá...
Entretabnto, no frigir dos ovos, as empresas vão continuar ganhando seu lucro, os políticos se dando bem na política e o povo...bem o povo vai continuar andando de ônibus e pagando caro. Sofrendo como sempre sofreu. Comendo fatias de pizza vencidas em lanchonetes quando sobra alguns trocados, se tiver os R$ 20 centavos de troco.

Só fico matutando que a CPI do Collor não terminou em pizza na Câmara, mas sim no STF onde ele foi totalmente absolvido dos mais de 20 processos de corrupção, restaurado a condição de ex-presidente da república. A propósito, o senador Collor está atolado de corpo, alma e espírito em corrupção investigada pela Lava Jato.

Esse país é ou não é uma grande pizza família? Quanto as brigas no Palmeiras perguntem para o colega Jósimo de Souza. Torço pelo Fluminense e nem de pizza eu gosto!!! 

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