quinta-feira, 23 de março de 2017

Sindicato do crime vai ao STF

(ou) 

Precisamos de um super-herói!

Quem viu a cena da posse do novo ministro do STF, Alexandre de Morais, ficou estarrecido com a presença do Sindicato do Crime dentro de uma das instituições mais importantes do país.

Não bastasse a patuscada publica envolvendo o ministro Gilmar Mendes e o procurador-Geral da República Rodrigo Janot, por conta dos vazamentos das delações, os convivas do Senado e da Câmara eram todos envolvidos na Lava Jato.

Me lembrei de quando criança. Queríamos brincar de fazer um filme de faroeste, mas ninguém queria ser bandido ou índio. Todos, sem exceção, eram heróis. O herói nunca morria, salvava a mocinha e ainda ganhava um beijo de presente. O herói era movido por ideal de justiça.

Cresci e vejo que as coisas se inverteram. Todos querem ser bandidos na vida real desde que possa encher os bolsos de dinheiro não importando a origem. Do adolescente que idealiza ser mais um Fernandinho Beira-Mar, chefe de facção criminosa ou comandante do tráfico na sua região ao bem formado que faz carreira executiva ou política.

Ver os que pagaram propinas presos e os que as receberam soltos festejando a posse de um ministro dentro do STF foi muito constrangedor. Nem Pablo Escobar foi tão longe! (Nas devidas proporções, é claro).

Precisamos de um Eliot Ness que acabou com a raça do mafioso Alcapone na Chicago dos anos 30. Ele era movido por honestidade e bravura e agia, até onde se sabe, dentro da lei. Ao que parece, não é o caso. Os Ness brasileiros que se apresentaram são movidos por outras virtudes que não as de Eliot. Antes de tudo um herói quer cumprir o dever para o bem de todos e não atrair holofotes e glórias para si. Os louros, a fama é só consequência.



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