Sindicato do crime vai ao STF
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Precisamos de um super-herói!
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Precisamos de um super-herói!
Quem viu a cena da posse do novo
ministro do STF, Alexandre de Morais, ficou estarrecido com a presença do
Sindicato do Crime dentro de uma das instituições mais importantes do país.
Não bastasse a patuscada publica
envolvendo o ministro Gilmar Mendes e o procurador-Geral da República Rodrigo
Janot, por conta dos vazamentos das delações, os convivas do Senado e da Câmara
eram todos envolvidos na Lava Jato.
Me lembrei de quando criança. Queríamos
brincar de fazer um filme de faroeste, mas ninguém queria ser bandido ou índio.
Todos, sem exceção, eram heróis. O herói nunca morria, salvava a mocinha e
ainda ganhava um beijo de presente. O herói era movido por ideal de justiça.
Cresci e vejo que as coisas se
inverteram. Todos querem ser bandidos na vida real desde que possa encher os
bolsos de dinheiro não importando a origem. Do adolescente que idealiza ser
mais um Fernandinho Beira-Mar, chefe de facção criminosa ou comandante do
tráfico na sua região ao bem formado que faz carreira executiva ou política.
Ver os que pagaram propinas presos
e os que as receberam soltos festejando a posse de um ministro dentro do STF foi muito constrangedor. Nem Pablo Escobar foi tão longe! (Nas devidas proporções,
é claro).
Precisamos de um Eliot Ness que
acabou com a raça do mafioso Alcapone na Chicago dos anos 30. Ele era movido
por honestidade e bravura e agia, até onde se sabe, dentro da lei. Ao que
parece, não é o caso. Os Ness brasileiros que se apresentaram são movidos por outras virtudes que não as de Eliot. Antes de tudo um herói quer cumprir o dever para o bem de todos e não atrair holofotes e glórias para si. Os louros, a fama é só consequência.
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