Quando Jesus, o Nazareno, começou a andar na região da Galiléia, do deserto da Judéia e do rio Jordão os fariseus e saduceus - elite religiosa de Jerusalém - mandaram investigar para saber quem era aquele profeta. Os "olheiros" voltaram e disseram que ele era filho de um carpinteiro de Nazaré. De Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Acreditavam eles - preconceituosos que eram - que apenas de Jerusalém e do meio deles poderia nascer um profeta.
Pois bem, cito esse caso para refutar algumas críticas feitas a senadora Marina Silva. Pode vir alguma coisa boa do seringal Bagaço? Uma negra, evangélica lá dos cafundó do Acre, que foi alfabetizada aos 16 anos de idade? Porque tentar matar e destruir o que temos de melhor? Marina é a nossa expressão mais nobre que a política pode produzir. Marina é o nosso lado bom e saudável da política. Destruí-la, matá-la, crucificá-la no pelourinho das reputações é contribuir para que os maus triunfem sobre os bons.
Ela pode nem ganhar a eleição para presidente, mas a sua participação no processo tem levado milhares de pessoas, principalmente jovens, a sonharem não só com um Brasil melhor, mais justo, que respeite a vida e o meio ambiente em sua plenitude, mas também o mundo. Um mundo melhor!
Marina é a síntese desse modelo sendo ela evangélica, católica, mulçumana, ou laica. Usar argumentos bíblicos é tão legítimo como qualquer outro filosófico. A sua fé é "sua" e de mais ninguém. Sejamos mais tolerantes e menos preconceituosos. Seja o Bagaço, Xapuri, Brasiléia ou qualquer região da Amazônia podemos produzir coisas e Marina é uma delas. Mas, como disse o Nazareno: "Não há profeta sem honra a não ser entre os de sua própria casa".
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