O líder do prefeito Raimundo Angelim (PT) na Câmara Municipal, vereador Astério Moreira (PRP), afirmou que os acreanos formados em medicina no exterior são discriminados no Acre.
“Eles não são pseudos médicos ou charlatões como disse o presidente do Conselho Federal de Medicina, Hiran Gallo. Eles são médicos graduados apenas ainda não obtiveram o Registro no Conselho”, disse o parlamentar.
Astério, que é autor de um projeto de lei que autoriza a prefeitura de Rio Branco a firmar convênios com universidades estrangeiras de medicina para permitir que o internato rotatório seja realizado também em unidades de saúde da capital, afirma que as mesmas pessoas que exigem o CRM fazem de tudo para que esses médicos não revalidem os diplomas e obtenham o registro do Conselho.
“Sou contra qualquer forma de segregação. Seja ela racial, cultural, econômica ou social”, salienta Astério, para quem o Ministério Público Estadual tem razão quando permitiu que médicos sem o CRM atuassem no interior a onde a população está morrendo a míngua sem assistência médica. “As prefeituras do nosso Acre não podem pagar altos salários para os médicos formados no Brasil.
“Muitos que se formaram na Ufac já foram embora. Não querem ficar nem na capital quanto mais em Santa Rosa do Purus, Porto Walter, Manoel Urbano, Assis Brasil ou nos demais municípios do interior com salários de quatro ou cinco mil reais”.
Para Astério, maior crime não é não ter o CRM, mas deixar as pessoas morrerem por falta de assistência médica. “Quando propus meu projeto de lei sabia do que ia enfrentar. Albert Einstein disse que é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito”.
O projeto foi vetado pela Procuradoria da Prefeitura, mas voltou para a Câmara aonde o veto pode ser derrubado pelos vereadores e a lei promulgada pelo Mesa Diretora do Poder Legislativo. Na próxima semana os parlamentares deverão apreciar e votar o veto.
Segundo Astério, o CRM e a Ufac deveriam se aliar ao governo do Estado, O MPE, MPF, aos Poderes Legislativo e Judiciário e legalizar a situação dos médicos formados no exterior e não criar mecanismos que impeça o acesso ao CRM. “Quem ganharia com isso seria o nosso povo. Ademais os médicos formados no exterior não representam ameaça aos formados no Brasil”, disse. De acordo com ele, o CRM é importante nesse processo, tem uma atuação regional excelente, mas precisa avançar nessa questão assim como a Ufac.
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