Querido diário,

Acordei hoje, dia 31, último dia do ano de 2009, às 4:30 da manhã.

Lembrei-me de todas as guerras que participei este ano. Sim, porque a vida é um a guerra permanente. Minha mãe dizia que a gente só descansa quando morre. Ela tinha razão!

Venci e perdi batalhas.

As mais cruéis e sangrentas foram travadas dentro de mim no teatro de operações da minha mente e no palco do meu coração.

Enfrentei medos e denônios, derrubei gigantes e fui derrubado por anões que moravam em cavernas secretas de minhas fraquezas.

Naveguei nos mares bravios da minha alma em noites de tempestades.

Noites escuras como breu,

terríveis,

sombrias.

Um farol em forma de cruz sempre me indicava o caminho evitando que me arrebentasse nas pedras ponte agudas dos sentimentos - ocultas sob as vagas furiosas a espreita dos distraídos. Dos escravos dos sonhos.

Venci e fui vencido, mas estou de pé. A luta pela vida e pela salvação é tão renhida que a espada se apegou a minha mão tornando-se a extensão do meu próprio braço.

Sorri e chorei!

Atravessei montanhas, rios, vales, pântanos e desertos nos territórios infinitos do meu ser, do meu espírito aonde reside a solidão eterna de cada ser humano... só Deus conhece e penetra.

Amei, mas também odiei...

Fui humilde, mas também soberbo...

Corajoso para dizer sim, mas covarde para dizer não.

Apesar de tudo, cresci...mudei.

_ Deus, Tu... que sondas os corações me cura e me liberta de sentimentos e emoções que me escravizam. Que me tornam tão fraco e tão frágil diante das batalhas.

Que venha 2010!

Vou esperá-lo de joelhos, ao pé da cruz, a cruz do Nazareno, que já venceu todas as guerras. Todas as batalhas, inclusive a maior delas: a morte!!