quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O poder da fé
Estou em contato permanente com minhas fontes dentro e fora da imprensa. Editores e repórteres me telefonam surpresos com a ausência de violência no Carnaval. alguns até reclamam. "Já revirei tudo e não acho nada", lamenta um. "Não tem nada para ser noticiado", lastima outro. "E agora, vamos escrever o quê"?, deplora mais alguém.
Quando era repórter do jornal A Gazeta (trabalhei por quase cinco anos) também reclamava em algumas ocasiões, mas era raro. Naquela época não faltavam notícias de crimes. Sem esquecer os corriqueiros, os esquadrões da morte eram atuantes no ofício macabro. Me recordo que Rio Branco (1998) chegou a ser a 3ª capital mais violenta do Brasil (eu fiz a matéria para o jornal a Tribuna, com dados do IBGE).
A realidade mudou. Não apenas pela melhoria na qualidade de vida das pessoas. Pelos investimentos na educação (...mesmo sabendo que muito mais precisa ser feito). É inegável a contribuição da Frente Popular nesse sentido com investimentos em muitas áreas, principalmente na de segurança pública. Entretanto, a busca das pessoas por Deus é, na minha avaliação, o mais significativo para esse resultado satisfatório.
Há uma explosão do evangelho de Jesus Cristo no meio do povo. Todas as camadas sociais no Acre estão sendo afetadas pela onda espiritual. Apesar dos avanços da ciência, da tecnologia as respostas para os anseios mais profundos do ser humano ainda estão no sobrenatural e não no natural. Os números do IBGE não mentem.
Sem querer ser reduntante, mas as igrejas estão crescendo não só nas camadas mais pobres da população, no meio dos ricos também. Vou mais além e digo que antigos intelectuais marxistas, filósofos materialistas, evolucionistas, historiadores, jornalistas e até ateus estão sendo arrastados pela tsunâme espiritual do evangelho. Notadamente as igrejas em células estão tomando casas, ruas, becos, bairros inteiros. Não ficam de fora as empresas, as repartições públicas, insntituições de ensino, principalmente as universidades. Crentes se reúnem para falar de Jesus e orar nos intervalos das aulas.
Em um mundo marcado pela contradição, por guerras e fundamentalismos, pela exploração, por crises econômicas, políticas e morais o Nazareno continua sendo a solução para a paz interior. Sua doutrina continua moderna e revolucionária: "ama o teu próximo como a ti mesmo"; "se não tiver pecados atire a primeira pedra", "ama o teu inimigo"; "se alguém te obriga a andar uma milha, vai com ele duas"; "aquele que não se tornar como uma criança não pode ver a Deus"; "tendes fé"; "Deus é amor"; "quem quer ser o primeiro que seja o último"; "o céu existe eu vim de lá, tem lugar para todos vocês que acreditam em mim"; "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem"; etc...
De fato, esse carnaval foi diferente. E vai ser mais diferente ainda. O número de pessoas em retiros espirituais aumentou em progressão geométrica. Muitos que bebiam, se drogavam, matavam, espancavam e faziam arruaças no carnaval estavam distantes da "arena" e do "palco". Em algum lugar da zona rural ou urbana buscavam Deus pelo poder da fé. Um poder maior que toda a força gravitacional do universo. Um poder que transforma vidas, que desperta sonhos.
Sonhos de viver em uma cidade sem violência.

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