segunda-feira, 31 de março de 2008

Poema de Rudyard kipling

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando
E, para esses no entanto, achar uma deculpa;
Se és capaz de esperar sem se ti desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretencioso;
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires;
De sonhar _ sem fazer dos sonhos teus senhores;
Se encontrando a derrota e o triunfo conseguires,
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, porque deste a vida, estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada
Resignado tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe
E a persistir assim quando, exausto, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "persiste";

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus te defenderes;
Se a todos pode ser de alguma utilidade;
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo valor e brilho
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo,
E_ o que ainda é muito mais_ és um Homem, meu filho!

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