Aprendi com Jesus Cristo que passado é passado. Que não posso viver preso a sentimentos, emoções e fatos do passado. Quem assim o faz se torna escravo. E Cristo nos chamou para uma liberdade plena.
Segundo a Bíblia, Deus sempre fala ao homem através dos profetas. Seja para revelação do futuro ou exortação do presente quando uma nação mergulha em trevas morais. Um desses profetas chamado Amós afirmou “Considerai o vosso passado”. Deus estava chamando o homem para uma reflexão. Refletir sobre o passado não é ser escravo é ser sábio.
Pois bem, recorro a essa situação para refletir sobre o recente passado de nossa cidade. Precisamente no mês de dezembro de 2004. Rio Branco estava literalmente acabada, destruída, esburacada, suja, sem coleta de lixo sem nada. Desolada! Escura e triste.
Não quero aqui discorrer sobre quem levou o município aquela situação de caos porque a própria comunidade é responsável quando escolhe seus administradores. Portanto, não cabe aqui apontar o dedo para acusar ninguém. Me senti muitas vezes responsável e estaria sendo hipócrita se acusasse alguém. Teria que começar de casa. Do contrário não teria autoridade de crítica.
A situação era tão grave que o prédio da prefeitura no centro da cidade não tinha a menor condição de alojar o novo administrador, no caso o prefeito Raimundo Angelim. Rio Branco, resguardadas as devidas proporções, lembrava Bagdá depois do bombardeio dos americanos para derrubar o ditador Sadam.
A empresa de coleta de lixo, a Lara, abandonou o serviço e passamos as festas de Natal e Ano Novo em meio ao lixo e a fedentina. Sem exageros, o quadro era deprimente. A resposta da população varrendo quase todos os vereadores da Câmara Municipal e dando uma vantagem de mais de dez mil votos para Angelim demonstrava o grau de insatisfação da maioria.
A tarefa do novo prefeito era hercúlea. No domingo pela manhã do dia 1º de janeiro de 2005 homens e mulheres munidos de máquinas e equipamentos iniciaram a limpeza e a restauração da cidade. Recordo-me ter dito a um amigo que Rio Branco naquele momento lembrava Jerusalém nos dias de Neemias depois que o rei Nabucodonozor a deixou em escombros.
Com planejamento, contenção de despesas, austeridade nas finanças, determinação e transparência o atual prefeito foi aos poucos mudando a triste realidade. Rio Branco mudou. Rio Branco melhorou, apesar do curto espaço de tempo. Só mesmo alguém muito enfermo na alma para não reconhecer que muita coisa mudou para melhor. A cidade tem sérios problemas é bem verdade, mas está distante daquela imagem pálida e vergonhosa de 2004.
Seria injusto não reconhecer o apoio em todos os momentos do então governador Jorge Viana que empreendeu uma parceria com a prefeitura disponibilizando o Estado para ajudar na recuperação da cidade. A participação dele nesse episódio está registrada na memória da população de Rio Branco.
A essa altura alguém poderia questionar: aonde o Astério quer chegar com toda essa exposição. A resposta é simples: nas eleições que se avizinham. Rio Branco não pode abrir mão da reeleição do prefeito Raimundo Angelim. Seria um retrocesso! Sem desmerecer aos demais pretendentes ao cargo de prefeito, interromper politicamente o que vem sendo construído é correr um risco desnecessário. É preciso estabelecer solução de continuidade.
Angelim está familiarizado com os complexos problemas de nossa cidade. Conhece suas necessidades, contradições e possibilidades. Além disso, o governador Binho Marques tem construído parcerias que começam a dar resultados práticos e objetivos a partir de agora.
O momento exige unidade política, compromisso, responsabilidade social. Os interesses menores, personalistas devem estar subordinados ao compromisso de legarmos às gerações futuras a herança de uma cidade organizada, planejada, justa socialmente e bonita da qual possamos nos orgulhar.
Dezembro de 2004 ficou para trás. Bem longe. Perdido no tempo. Não precisamos reencontrá-lo. Nosso destino está em nossas mãos, não vamos desperdiçar as oportunidades.
Astério Moreira é jornalista e líder do PSB na Câmara Municipal