sábado, 26 de maio de 2007

Um dia, em um lugar muito especial, ouvi uma parábola que me ensinou muitas coisas e, de certa forma, marcou a minha vida.

Certo homem morava em uma cidadezinha do interior de um país distante. Ele não tinha parentes, era praticamente sozinho naquela região. Acalentava o sonho de ir embora para uma grande cidade onde poderia melhorar de vida. Decidiu juntar dinheiro para comprar a passagem do trem que o levaria ao paraíso. Trabalhou com afinco e guardou cada centavo ganho, gastando apenas o estritamente necessário para o sustento.
Chegou o grande dia. Foi até a estação de trens e comprou sua passagem. O dinheiro dava apenas para o bilhete, não sobrou nada para a viagem que duraria três dias. Estava decidido, iria assim mesmo.
A alegria e a certeza de uma nova vida na grande cidade o deixara emocionado ao ponto de nem lembrar da comida. Não importava, não tinha dinheiro mesmo.
No segundo dia a fome começava a apertar, mas não podia fazer nada. Procurou um rosto amigo, alguém que lhe pagasse pelo menos um café com um pedaço de pão, mas nada. Os demais passageiros estavam preocupados demais com seus próprios problemas, charutos, bebidas e regalias que a viagem também proporcionava.
Ao terceiro dia a fome era desesperadora. Estava para desmaiar. Não agüentava mais beber tanta água na tentativa de "enganar" o estômago. Decidiu ir até o vagão em que funcionava uma espécie de restaurante. Se esforçando para que ninguém percebesse seu estado de fome e cansaço sentou. Chamou o rapaz que atendia e pediu-lhe que servisse comida, bastante. "Se necessário for, pago a despesa lavando pratos, o vagão e até o trem inteiro. Preciso é comer se não vou desmaiar de fome", pensou.
Comeu a vontade. Pediu até sobremesa. Tomou suco e se sentiu fortalecido, alegre, mas preocupado porque não tinha como pagar a refeição. Preparou-se psicologicamente para o embate que viria. Primeiro com o garçom, a administração do trem e depois com a polícia. Pensou que poderia inclusive ser preso, as tinha decidido pagar qualquer preço pela preciosa comida. Chamou o garçom e perguntou:
_ Quanto devo senhor?
_ Com ares de quem não entendeu a pergunta o garçom respondeu?
_ Não entendi, senhor! O que o senhor perguntou mesmo?
_ Quanto devo pela comida que comi, disse claramente.
_ Nada senhor, a comida está incluída no preço da sua passagem. O senhor não deve nada.

Os três dias são todos os anos de nossa existência, o trem é a vida em si mesma. Desfrute da viagem, aproveite do alimento que ela lhe oferece para que ao final não nos arrependamos do tempo perdido. Yeshua Hamashiac oferece a passagem com tudo pago.

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