segunda-feira, 14 de maio de 2012

O desabafo do vereador George Pires...


O médico anestesista e ex-vereador George Pires havia sido reintegrado ao mandato depois de alguns meses cassado por conta da suposta compra de votos. A Câmara Municipal fervilhava de eleitores pedintes naquela manhã. Um deles se aproxima de George e diz:

_ Doutor, o senhor poderia me ajudar na compra de meu gás. Estou sem dinheiro e...
Foi bruscamente interrompido pelo vereador
_ Olhe bem para a minha cara, bem dentro dos meus olhos. É por causa de pessoas com o senhor que estou deixando a política. Vá trabalhar seu vagabundo. Vamos, olhe na minha cara. Se por ventura na próxima eleição eu aparecer na porta de sua casa pedindo votos, elevou a voz e sapecou: NÃO VOTE EM MIM! Porque eu fiquei louco, doido, pirado. Chame a polícia e mande me internar no Distrital.
George encerrou o mandato e, como prometera, nunca mais se candidatou.

...e o do Sargento Vieira!

O vereador Sargento Vieira tinha acabado de receber seu soldo de suboficial aposentado da PM. Achava que estava preparado emocionalmente para passar no corredor da morte - alusão ao grande número de eleitores pedintes na entrada da Câmara Municipal -, ledo engano! Foi cercado por várias pessoas que insistentemente lhe pediam de tudo. Uma violência e um descaramento sem limites. Perdeu as estribeiras. 
_ Meteu a mão no bolso de dentro do paletó e começou a jogar o dinheiro e a gritar:
_ Peguem cambada, corja, tomem tudo, levem porque isso é o que vocês querem. Enquanto os eleitores disputava as cédulas no tapa o bom Sargento conseguiu "adentrar" ao Legislativo. No aconchego do Plenário, suado, cansado da guerra sapecou em alta voz:
_Isso é coisa do satanás!!

E do Pascal Kalil?

Procurador do município e vereador Pascal Kalil, do PC do B, chega na Câmara. Aquele nunca tinha medo do corredor da morte. Um dia, um jovem incauto, de barba, bermuda, camisa de meia, chinela havaiana, o abordou:
_ Vereador, o senhor poderia me dá um dinheiro pra eu comprar um sacolão...
Foi interrompido por Pascal que com a voz mansa, serena e baixa lhe respondeu:
_ O senhor não tem vergonha na cara não de estar pedindo aqui. Um homem  jovem, forte, cheio de saúde. Não fui eleito pra isso. Me desculpe, mas o senhor precisa trabalhar. Vá trabalhar. 


Pascal sabia como ninguém que se tratava de mais um malandro.




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