quarta-feira, 8 de junho de 2011

Hoje é o dia nacional de liberdade de imprensa. Gostaria de pedir desculpas a mãe de um jovem conhecido pela alcunha de "Negão do Taquari", que foi acusado de ter matado a coronhadas, chutes e socos, o funcionário da OCA, o acadêmico de direito, Alexandre, no estacionamento do Arena da Floresta.

Depois de muita pancada a Polícia descobriu que o "Negão do Taquari"era inocente, mas sua imagem já estava exposta como "assassino cruel", "latrocida", "estuprador" e "ladrão".

Sua mãe, uma empregada doméstica, está desesperada porque o "Negão do Taquari", está com profunda depressão. Seu filho nunca bebeu, não é usuário de drogas e tinha chegado a pouco tempo do seringal. Foi preso quando caminhava em direção a casa de seu pai em um ramal. O "Negão do Taquari" é pobre e negro.

Senhora, sou jornalista, me perdoe. Estou morrendo de vergonha e de tristeza pelo que foi feito ao seu filho, a sua vida e a sua família.

Mas, são ossos do ofício...sabe. Nós jornalistas temos a liberdade de imprensa. Temos o poder de dizer, de fazer, desfazer, de edificar e desruir. Somos uma espécie de semi-deuses. Limites!? deuses desconhecem limites. Acusamos, julgamos e sentenciamos. Temos a mídia, somos da imprensa. Temos sob nosso controle o bem mais precioso: a li-ber-da-de  de  imprensa. Entendeu senhora, liberdade de imprensa.

Quanto ao seu filho, o "Negão do Taquari" foi apenas uma pequena falha, uma barrigadazinha insignificante. Afinal de contas, sem liberdade de imprensa não existe democracia. Mesmo assim Senhora me perdoe pelo que fizemos a sua família.

Semi-deuses pedem desculpas quando dão barrrigadas?????

Sei não...acho que não...ó!

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