domingo, 13 de julho de 2008

A marca do preconceito

Que parte da população acreana – o Acre lidera o ranking da região Norte em mortalidade infantil – precisa de assistência médica é uma verdade incontestável. Não fosse o trabalho hercúleo do senador Tião Viana (PT) a situação seria muito mais grave. Apesar de todo o esforço empreendido por ele, faltam médicos para atender as populações pobres nas colônias, nos projetos de assentamento, nas reservas extrativistas, nas margens dos rios e seringais. Enquanto isso, dezenas de bons médicos acreanos formados em universidades estrangeiras amargam a marginalidade por conta da empáfia da Ufac, que insiste em prejudicar essas pessoas estabelecendo regras absurdas para a revalidação do diploma e conseqüentemente a obtenção do registro no Conselho Regional de Medicina – CRM.
Se a intenção da Ufac é fazer uma seleção dos melhores médicos que estabeleça regras justas e coerentes. Ao que parece o objetivo é manter na marginalidade a maioria dos acreanos formados na Bolívia. Segundo o Edital da Ufac, se o número de inscritos para a revalidação do diploma ultrapassar 20 médicos, os pretendentes terão que fazer uma prova com acerto obrigatório de 80% das questões, sendo que o conteúdo da prova será divulgado apenas 15 dias antes do teste. Ora, membros da equipe que elaboram a prova seriam incapazes desse acerto. O que se vê é a intenção deliberada de prejudicar os acreanos formados em universidades estrangeiras, principalmente da Bolívia onde existem boas faculdades – e ruins também como no Brasil.
Ao que me parece há algo mais grave nessa história toda: o preconceito, a discriminação, a segregação, o aparthaide. Se a lei vigente no país permite que brasileiros estudem em universidades estrangeiras qual a razão de mantê-los na marginalidade? Por que se calam os excelentes médicos formados na Bolívia que já atuam legalmente na Fundação Hospitalar, no Pronto Socorro, Na Santa Casa, No hospital Santa Juliana, nos centros e postos de saúde da capital e no interior? Por que calam? Se a grade curricular de algumas faculdades é incompatível com a do Ufac, o que diz a lei? Que se cumpra a lei? Enquanto a Ufac quer marginalizar os médicos acreanos formados no exterior, dezenas e até centenas de bebês, de crianças, milhares de mulheres e idosos vão estar morrendo sem assistência médica em algum lugar desse estado e desse país.

Um comentário:

Anônimo disse...

Verdade sobre alunos da medicina na Bolivia Upal...
http://verdadeupal.blogspot.com/
Esse blog vc vera quem é que e aí de quem desmentir eu provo tudo que estou falando....
Esse blog é pura verdade Asterio de uma olhada