domingo, 22 de janeiro de 2017

Primeiras horas da manhã de um domingo de dezembro de 1996. Acordei disposto a levar meu pai doente - teve um AVC, - para olhar as águas do rio Acre. Ele me ensinou a amar o rio desde que eu era muito pequeno. Sabia que lhe faria bem. Seu estado de saude era grave. O coracão estava a ponto de parar. E parou.

Antes de mim um anjo passou e resolveu levá-lo consigo. Quando chegeui na frente de minha casa vi uma multidão de gente. Não me ocorreu que ele tivesse partido. Achei ingenuamente que os muitos amigos o estavam visitando. Triste vê-lo adormecido sabendo que nunca mais iria acordar. Porém, comformado porque havia chegado seu tempo. C'est la vie".

Acho que ele sabia que não daria tempo de ficarmos algumas horas juntos olhando o rio, suas margens, as curvas...a agua em movimento.

Não importava a estação, o rio era o rio. Mestre, sábio, professor, amigo, as vezes violento, as vezes pacifico, suave, romântico, cheio de ternura. Alimentou e destruiu esperanças e sonhos. Transportou dores e alegrias e  longo de nossas vidas.

Hoje, olho o rio sozinho...imagiando o que ele - brincando -, me disse uma vez quando lhe  perguntei aonde ficava o paraíso. Era um dia de verão. Ele me respondeu:

_ Fica no fim do rio...é lá que moram os anjos.

Acreditei...um dia, quem sabe, o encontre por lá.








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