segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O mundo precisa de um Donald Trump!

Fiquei muito feliz ao ver milhares de mulheres – não só nos Estados Unidos, mas principalmente na Europa -, protestando contra o presidente americano Donald Trump. É disso que o mundo precisa. De Trumps? Não! De mulheres, de coragem, de bandeiras, de lutas, de causas.

Na verdade o nome dele não era para ser “Donald”, o patinho simpático criado por Walt Disney para nos colonizar, mas “Tio Patinhas”, aquele velhinho bilionário escroto, muquirana, egoísta, ambicioso e déspota.

A reação das mulheres americanas e europeias pode ter disparado o gatilho que o mundo precisava para sair do estado de letargia política em que se encontra. Pode fazer, por exemplo, com que aqui no Brasil muitos marmanjos (e marmanjas) levantem a bunda do sofá, saia das academias, das praias, dos shoppings e favelas e comece a reclamar.

É preciso fazer algum a coisa de útil. Sair da contingência. Acreditar (e lutar) que as coisas podem ser diferente do que são. Não dá para aceitar morar dentro de esgoto. O governo Temer tá podre, o congresso nacional (minúsculo mesmo) está no mesmo processo da gangrena. Quadrilhas inteiras no alto, baixo e sem clero nenhum capturaram o Estado brasileiro. O povo calado, calado fica. 

Aliás, faz, sim. Se prepara para pular o carnaval. Entornar o caldo. A criatividade anda tão escassa que carnaval é para homenagear religiões, santos, deuses e cultuar personalidades. Ressuscitem o Joãozinho Trinta.

O protesto das mulheres indica que nem tudo está perdido no mundo globalizado e mundializado. No nosso país, depois do impeachment da presidente Dilma boa parte da imprensa capitulou (render-se sob condições) em nome de uma farsa: é preciso salvar o Brasil. Cretinos!!! Salvar do quê? De quem? Do PT? O PT está fora do poder. Não existe viagem no tempo para o passado.

Falta ao governo Temer tudo que se possa imaginar em um governo de salvação nacional. É um desastre.

Que apareça um Donald Trump tupiniquim. Quem sabe o deputado Jair Bolsonaro se encaixe no papel. No mesmo espírito de atraso, xenofobia, racismo, estupidez, misoginia e ignorância política.

Assim sendo o povo volte a ocupar os becos, as ruas, as praças que é o seu verdadeiro lugar. Deixe de, covarde comodamente, bater panelas assistindo novelas. Passeando nas praias, shoppings ou acuados nas favelas como bicho do mato. É hora de dar um basta e viver as emoções fortes, dá sentido a vida e sonhar com um futuro melhor ou... 

domingo, 22 de janeiro de 2017

Primeiras horas da manhã de um domingo de dezembro de 1996. Acordei disposto a levar meu pai doente - teve um AVC, - para olhar as águas do rio Acre. Ele me ensinou a amar o rio desde que eu era muito pequeno. Sabia que lhe faria bem. Seu estado de saude era grave. O coracão estava a ponto de parar. E parou.

Antes de mim um anjo passou e resolveu levá-lo consigo. Quando chegeui na frente de minha casa vi uma multidão de gente. Não me ocorreu que ele tivesse partido. Achei ingenuamente que os muitos amigos o estavam visitando. Triste vê-lo adormecido sabendo que nunca mais iria acordar. Porém, comformado porque havia chegado seu tempo. C'est la vie".

Acho que ele sabia que não daria tempo de ficarmos algumas horas juntos olhando o rio, suas margens, as curvas...a agua em movimento.

Não importava a estação, o rio era o rio. Mestre, sábio, professor, amigo, as vezes violento, as vezes pacifico, suave, romântico, cheio de ternura. Alimentou e destruiu esperanças e sonhos. Transportou dores e alegrias e  longo de nossas vidas.

Hoje, olho o rio sozinho...imagiando o que ele - brincando -, me disse uma vez quando lhe  perguntei aonde ficava o paraíso. Era um dia de verão. Ele me respondeu:

_ Fica no fim do rio...é lá que moram os anjos.

Acreditei...um dia, quem sabe, o encontre por lá.








segunda-feira, 16 de janeiro de 2017


O inefável, o fim do mundo...

Em sua previsão sobre a ascensão do niilismo, o filósofo Frederich Nietzche no século XIX foi aonde nenhum homem ousou pensar, imaginar ou andar.

Ele caminhou sobre os escombros de uma sociedade sem Deus. Além do bem e do mal, como um super-homem - no sentido de "além do homem", na tramutação de todos os valores. 

Previu o fim do cristianismo anunciando -como provocação - a morte de Deus. (Se Deus existe, não morre; se não existe, também não morre). A moral dos fracos, dos escravos. 

Um outro homem também foi ao futuro. João de Pátmos, que alguns creem ser o mesmo João, um dos doze apóstolos de Jesus. Diferente de Nietzsche ele viu um mundo com Deus. Falou com Ele e escreveu o Apocalipse. Percorreu labirintos através do misterioso e insondável caminho da fé e da revelação do Espírito.

Nietzsche e João foram ao fim do mundo que conhecemos: Um, na senda filosófica. O outro, na experiência religiosa. Vivenciaram, cada um ao seu modo, situações extraordinárias. Mergulharam no desconhecido.

Nietzsche escolheu o caminho da filosofia, do pensamento  lógico, racional. Porém, teve que desmontar e destruir toda filosofia que acenava para o ideal, para a existência de dois mundos. Fosse qual fosse. "Negar o mundo da vida é imperdoável para Nietzsche".

João, no Apocalipse, previu a destruição desse mundo da vida e a ascensão de um novo mundo. Depois de uma série de acontecimentos catastróficos, o Reino de Deus será estabelecido. Haverá um novo céu é uma nova terra. Sem Nietzsche, é claro.

Se João teve um acesso de loucura ao escrever o Apocalipse, o que dizer de Nietzsche? O certo é que os dois foram a onde ninguém ainda foi. Uns seguem João pela fé no sussurrar dos ventos, ouvindo a voz do espírito, no quebrar das ondas de um novo tempo, na paz infinita do paraíso. 

Outros vão com Nietzsche caminhar nas trilhas das montanhas geladas e íngremes da filosofia a golpes de martelo. Sentindo o aço do gelo na face e nas entranhas, que só um super-homem poderia suportar.

Se é que pode haver paz na filosofia de Nietzsche, ela reside na compreensão de uma realidade de que o fim é um ponto final. Sem tristeza nem dor. Nem antes, muito menos depois. Sem o alfa e ômega de João. 

Astério de Paula

Chove a chuva...pinga, pinga 
O dia inteiro...chove 
Vai lavando tudo
Lava lento
Lava jato
Lava o Paulo, o Alberto, lava o Cunha
Vai Lavando e vai levando...o Marcelo, o Renan
Menino, não chores não...
Cai a chuva no chão da pátria 
Tá lavando, tá limpando, tá levando...
Para bem longe daqui a corrupção. 
Lava..
...e lava jato 
Leva e lava todos os ratos.
Que a pátria não agüenta não dá de comer 
Para tanto ladrão.

Ddd

Tempos difíceis esses....
Sei lá o que está acontecendo!
Vejo tanta gente morrendo, 
mães que já não choram...
A lágrima secou.
Mataram o primeiro (filho), o segundo e o terceiro.
Eu disse a ele: não vai e ele foi
Eu disse a ele: vai e ele não foi
Morreu de tiro porque foi...
Morreu de faca porque não foi.

_ Moço, cadê o contrato que nós fizemos?
Pra módi vocês cuidar de nós?

_ Aêê, irmão!!!! Que contrato? Nós que manda, nós que tem as armas, nos que mata...chega de lero mano.

Quem deveria mandar, não manda.
Quem não deveria mandar é quem manda.
Mataram a Amanda, o Isaías, Jeremias e o João
Esfaquearam o Francisco
Acerto de contas com o Damião.

E o mundo vai girando
Roda, roda e não para não. 
Gente sofrendo, gente chorando, 
A cada minuto que gira 
...um corpo entendido no chão. 
Chama o Samu, irmão.
Chama o pastor pra fazer oração.
Já morreu...lascou-se mais um!
Chama o padre pra extrema unção.




Tédio...

Eu perdi no caminho...
O que eu tinha de melhor em mim
Perdi a capacidade de sonhar e de amar...❤️
Já não sinto nada.
Nem alegria, nem tristeza 
Não há mais beleza...
Feneceram as certezas.
Ternura, carinho, doçura...
Nem mesmo a solidão mais pura.
Me devolve a dor de amar.